domingo, 3 de dezembro de 2006

Tribo Masai...

Tendo conhecimento desta informação hoje no blog http://therainbowwarrior.blogspot.com/, não podia mesmo deixar de abordar a injusta situação com que os Masai se confrontam...

Os membros da tribo masai, do Quénia, pedem em uma "acção urgente" para lutar contra as alterações climáticas, apresentado-se como "as primeiras vítimas" deste fenómeno apesar de pouco ou nada contribuírem para o aquecimento global.

"O meu povo não anda de 4x4, não vai de fim-de-semana, não parte de férias de avião, mas sente os efeitos das alterações climáticas", lamentou Sharon Looremetta, um masai membro de uma organização não-governamental, numa conferência de imprensa realizada à margem do encontro das Nações Unidas sobre o clima, que decorreu entre os dias 6 e 17 de Novembro, em Nairobi, a capital do Quénia.

"É uma enorme injustiça. Por isso, apelamos a uma acção urgente", disse Looremetta.
Os masai, que constituem uma tribo distruibuída essencialmente pelo Quénia e pela vizinha Tanzânia, "são os primeiros e os mais atingidos pelas alterações climáticas", provocadas essencialmente pelas emissões de gases com efeito de estufa, relacionadas com a combustão de energias fósseis, como o carvão e o petróleo, afirmou.

"Tivemos muito pouca chuva nos últimos três anos, os animais morrem, as crianças não vão à escola, as mulheres passam a maior parte do tempo à procura de água e não estão ocupadas com actividades que permitem ganhar a vida", lamentou Looremettta.

"O mais chocante nesta notícia e na situação de povos como os Masai (que não constituem casos isolados nem pontuais) é a situação de injustiça que ela representa. Os povos que mantiveram o seu suposto estado de subdesenvolvimento são aqueles que mais vão sofrer. Por um lado, têm o azar da distribuição dos efeitos das alterações climáticas. Por outro possuem uma menor capacidade de adaptação a mudanças climáticas, resultado de uma maior pobreza e maior dependência/ligação com os recursos naturais. Hoje ainda continuam a ser discutidos os perdões de supostas dívidas externas dos países menos desenvolvidos (a maioria delas já pagas várias vezes devido aos juros).

No entanto, a verdadeira dívida é uma dívida ecológica, que nós devemos a esses países por séculos de colonialismo (que continuam através de um neocolonialismo essencialmente económico), que conduziram à expropriação e usurpação dos seus recursos naturais e que permitiram o enriquecimento da "grandiosa" civilização ocidental. E agora, como lhes podemos pagar? Alguém vai ouvir o grito de urgência dos Masai?"

Fontes: http://therainbowwarrior.blogspot.com/; publico.pt Gualter Barbas Baptista

1 comentário:

João disse...

De facto, a questão das alterações climáticas e da intervenção do homem na natureza, destruindo barreiras naturais às catástrofes e também ecossistemas, é das mais importantes hoje em dia. O desenvolvimento deve ser sustentável para benefício de todos, pois caso contrário vai haver muitos problemas de sobrevivência, e algumas consequências dessa intervenção humana já se notam. Mesmo aqui em Portugal, o ano passado quase não choveu e este ano é o mais chuvoso dos últimos 70 anos. Quanto à questão de África, parece que já não lhes basta ter fome, como ainda têm de sofrer as consequências do que não fizeram. Concordo que temos uma grande dívida a África e devemos esforçarmo-nos por pagá-la. Beijos