segunda-feira, 16 de junho de 2008

"E se for em silêncio o nosso protesto ele, mesmo assim, ouvir-se-á longe. Muito longe."


"China e Ambiente
12-Jun-2008
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Ontem, dia 11 de Junho, teve lugar na Fábrica Braço de Prata uma tertúlia inovadora. Nova no tema e nova na parceria. O tema foi os "Direitos Humanos e o Ambiente na contagem decrescente para os Jogos Olímpicos". A parceria incluiu membros da Amnistia Internacional e do GEOTA na apresentação do tema. Como reforça o texto que se segue, a discussão interligada destes dois temas, Direitos Humanos e Ambiente, foi uma espécie de "Ovo de Colombo": a genialidade de alguns a tornar o óbvio mais óbvio para todos.
Um amigo perguntou-me se não haveria contradição no tema quando lhe referi a conversa agendada para a Fábrica.
Claro que o tema China, abordado sempre com elementos novos que nos fazem pensar que não há limites para a maldade por membros do Co-Grupo China da Amnistia Internacional, é sempre possível de complementar... e ontem o Presidente do GEOTA fê-lo de forma veemente.
Os problemas ambientais das grandes barragens, conhecidos, são amplificados num quadro de inexistência de quaisquer liberdades políticas e de feroz repressão sobre tudo o que vá contra os interesses da "nomenklatura" imperial também organizada em estrutura comunista.
Não só as grandes barragens, mas a extracção de minério feita sem um mínimo de respeito social ou ambiental, o nível elevadíssimo de poluição nas cidades, a destruição dos campos por químicos, muitas vezes proibidos pelos organismos internacionais, o desmatamento que articulado com a retenção de sedimentos nas barragens (além de as inutilizar!) provoca graves problemas na foz dos rios, seja em termos de equilíbrio geo-sedimentar seja em termos das pescas.
Ontem a dúzia de pessoas que teve ocasião de discutir, e até com um "advogado do diabo" a animar e bem a sessão, os diversos temas do interface China e Ambiente, no quadro do processo que conduz aos Jogos Olímpicos deram o seu tempo por bem empregue.
Muitos elementos foram trazidos à discussão desde África à troca desigual e aos problemas da internacionalização e da Amazónia. O trabalho escravo e a ausência de direitos não podem merecer silêncio, nenhum silêncio.
E se for em silêncio o nosso protesto ele, mesmo assim, ouvir-se-á longe. Muito longe."

António Eloy
Vice-presidente da Amnistia Internacional Portugal
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Imagem retirada do site da Amnistia Internacional

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