quarta-feira, 21 de maio de 2008

Estudo em Portugal: 30 000 Vegetarianos

Centrovegetariano.org
Estudo da Nielsen, para o Centro Vegetariano


"Pela primeira vez em Portugal, o Centro Vegetariano promoveu um estudo com significado estatístico para determinar o número de Vegetarianos em Portugal.

As principais conclusões que se poderão inferir do estudo:

. 5% da população exclui uma das categorias alimentares tradicionais (carne, peixe, lacticínios ou ovos);

. 2% dos Portugueses nunca consome carne;

. 1% dos Portugueses nunca consome peixe;

. Os mais velhos (55-65 anos) são os que menos consomem carne e lacticínios; 30 000 Portugueses serão mesmo vegetarianos, nunca consumindo carne nem peixe.

O estudo foi realizado pela empresa Nielsen, líder mundial em estudos de mercado, durante o mês de Outubro de 2007. Consistiu na realização de 2000 entrevistas, a indivíduos entre os 15 e 65 anos residentes em Portugal Continental, que são uma amostra que será representativa da população Portuguesa.


"...Para as conclusões acima apresentadas consideram-se apenas os indivíduos que afirmaram nunca consumir os produtos em causa. Desta forma, conseguem-se resultados coerentes com a definição mais amplamente aceite de que um vegetariano é aquele que nunca consome carne nem peixe (e respectivos derivados).

Neste estudo não foram feitas quaisquer alusões aos motivos que levariam ao seguimento da dieta em causa."


Outros dados interessantes:

. As mulheres são quem consome menos carne e ovos. No entanto, são as que mais consomem lacticínios;

. É na Grande Lisboa e Litoral Norte menos se consome carne e ovos;

. 20% da população portuguesa consome carne apenas ocasionalmente;

. 23% consome peixe apenas ocasionalmente;

Estes resultados têm um erro máximo associado de 2,2 para um intervalo de confiança de 95%.
"Ao que sabemos, é a primeira vez que é feito um estudo deste género, a uma amostra representativa de toda a população. Agora sabemos que em Portugal já são 30 000 os vegetarianos..."

_
O Centro Vegetariano agradece:
1. À empresa Efeito Verde - Lda, cujo apoio tornou possível a realização deste estudo.
2. À empresa Nielsen, a realização atenta deste trabalho."


sexta-feira, 16 de maio de 2008

Nova Loja de Comércio Justo em Lisboa

No Dia Mundial do Comércio Justo, 10 de Maio, foi inaugurada uma Loja de Comércio Justo em Lisboa, na Rua da Prata, nº 70/72, às 11h. Trata-se de uma loja especial, que nasce de um projecto de parceria entre várias organizações de Comércio justo.Esta Loja de Comércio Justo estará aberta ao público de segunda a sábado, entre as 10h00 e as 19h00, e nela poder-se-ão encontrar peças únicas de artesanato do mundo, têxteis em algodão biológico, cosméticos naturais e produtos alimentares (biológicos) de dezenas de pequenos produtores dos mais diversos países do hemisfério sul, que desta forma beneficiam do pagamento de um preço justo pelo seu trabalho, de pré-financiamento da produção e de uma relação comercial estável, de longa duração.

http://coresdoglobo.org/

Tibete



"Não sou jornalista. Acrescento sempre palavras ao que vejo. E guardo outras, num recanto do meu egoísmo. Não acreditem no que escrevo, pensem apenas. Porque pode ser verdade.

Quem é que nunca sentiu a surpresa de uma notícia? Ou o susto de uma bomba de Carnaval? Ou encontrou um conhecido num lugar improvável? Ou se queimou, se arrependeu, pisou um buraco? Momentos… momentos… momentos… em que não temos tempo para controlar a parte de dentro do corpo. Era dia 10 de Março. E o maior desses momentos aconteceu. Descíamos a rua do Mosteiro de Drepung, com dezenas de monges, em debates e amizades criadas pelo puro acaso durante todo esse dia. Um falava sobre a importância da data, outro de liberdade, da vida, de estarem a um passo de ter voz. Apenas voz. Nem cabíamos dentro da pele. Os únicos diferentes do meio, mas no meio. Entre sorrisos vermelhos e vestidos de confiança, faláv… Sinto um braço a puxar-me, a rua bloqueada, e tanta gente. Polícias de choque, militares, camiões, um barulho confuso a impedir o caminho para Lassa. E um braço. A insistir, a puxar-me. Num segundo levou-nos para o outro lado da rua. Vi que era um polícia. Não podem estar aqui. Continuem a andar. Do outro lado os monges, num silêncio cada vez mais afastado. Mais carros, e homens, e carros, e homens. Sem farda. Fecharam as lojas, fecharam as casas. Voltaram. Tiraram as pessoas das casas. Continuem a andar. Ninguém olhava para trás. O medo envolvia os corpos. O que se passa? Responderam-nos: um fogo; exercícios… duas vozes fardadas. Queríamos voltar para trás. Já não conseguíamos ver as caras, apenas roupas vermelhas abafadas por uma força violenta. Armada.

Tudo o resto que vivi no Tibete ultrapassa um texto legível… por enquanto. Mas tenho voz. E não me esqueço."

Texto: Clara Faria PiçarraFotografia (tirada instantes antes): Miguel Sacramento