domingo, 17 de maio de 2009

Escolha (Eco)Lógica - Vamos assinar!

Existem diversas razões que nos devem levar a optar por escolher vinhos com rolha de cortiça. Graças às diversas campanhas institucionais, aos artigos e documentários independentes os consumidores começam a estar cada vez mais sensibilizados para elas.

-Os montados de cortiça são a base do ecossistema da bacia mediterrânica e por isso os responsáveis pela preservação de centenas de espécies vegetais e animais.
-A rolha de cortiça é o vedante com a menor pegada de carbono (CO2) na sua produção e utilização. Se a isso juntarmos as toneladas de CO2 retidas pelos sobreiros então estamos perante um enorme elemento de “descarbonização” do nosso consumo.
-A indústria da cortiça é responsável em Portugal por cerca de 12.000 postos de trabalho directos. Além disso, é dos poucos sectores em que somos lideres mundiais, com mais de 50% da produção de cortiça e das exportações do seu principal produto (rolhas).
-Por muito que queiram dizer o contrário, a rolha de cortiça é o melhor amigo do vinho. Logo à partida do ponto de vista técnico/desempenho, pois permite que o vinho mesmo depois de engarrafado continue a evoluir através de uma micro-oxigenação controlada de forma natural. Mas também do ponto de vista de imagem para o vinho, pois os estudos de opinião apresentam a rolha de cortiça como vedante de eleição dos consumidores.

Infelizmente, o poder de optar e escolher ainda não foi dado aos consumidores. Até aqui ninguém se tem preocupado em informar qual o tipo de vedante utilizado nas garrafas.
Está nas nossas mãos exigir:
-aos engarrafadores/produtores de vinho
-aos retalhistas e comerciantes de vinho
-aos governantes nacionais

OS CONSUMIDORES QUEREM TER O PODER DE ESCOLHER. Queremos ter acesso à informação do tipo de vedante utilizado nas garrafas antes de as abrirmos, só assim podemos fazer compras de forma consciente. Só assim poderemos fazer escolhas que defendam o interesse de todos nós através da preservação do meio ambiente.

ASSINE ESTA PETIÇÃO

Cortiça: A escolha (Eco)Lógica

sexta-feira, 15 de maio de 2009

"War/No More Trouble" Playing for Change | Song Around The World

Podem ver mais em http://www.playingforchange.com/ Aconselho vivamente e vivam projectos assim! :)

Declaração sobre Circos com Animais de Nuno Markl

Há algumas semanas, num dia soalheiro, junto à Marginal, um circo encarregou-se de me estragar o dia. Mas isso é o menos: um dia estragado, para mim, será sempre uma coisa relativa quando alguém tinha o dia – ou, melhor dizendo, os dias – muito mais estragados que o meu: um dromedário debatia-se com uma chocante falta de espaço, encafuado dentro de uma jaula, sem saber o que fazer ao longo pescoço. Uma vida sem sentido, enfiada mal e porcamente numa caixa. Como um brinquedo, mal arrumado dentro de uma embalagem pequena demais.

Chamem-me esquisito, mas eu tenho esta ideia de que não é suposto um dromedário estar em Carcavelos, ao pé da Marginal. Muito menos amarfanhado numa jaula da qual sai só à noite, para entreter os humanos da linha de Cascais.

Como este dromedário, há muitos outros animais – grandes, pequenos, selvagens, domésticos – transformados em bonecos de corda confusos e tristes, em circos espalhados pelo país. E sim, eu já fui criança e preparo-me para ser pai. Sei o quão apetecível é a perspectiva de estar perto de animais extraordinários e vê-los levar a cabo feitos impensáveis. Mas os verdadeiros feitos impensáveis destas criaturas são os que eles levam a cabo todos os dias nos seus habitats naturais, de onde, em muitos casos, estão a desaparecer. A maneira como sobrevivem, como se organizam, como levam as suas vidas em liberdade e sem que haja um ser humano desumano a obrigá-los a fazer habilidades à força do chicote.

Há tanta gente a queixar-se que Portugal é um país eternamente atrasado, que é um país que não anda para a frente; sem dúvida que tratar os animais desta maneira abjecta para fins de entretenimento em nada contribuirá para que progridamos. Pelo contrário: isso mantém um dos pés da nação firmemente plantados no passado. E não é num passado qualquer: a existência de circos com animais e a maneira como tanta gente continua a caucionar essa existência, sejam particulares ou empresas (supostamente modernas, sofisticadas e responsáveis) que continuam a apostar neles, por exemplo, para as suas festas de Natal, é algo que – não tenhamos ilusões e enfrentemos a realidade – faz de nós um país demasiado medieval para o século XXI.

Somos melhores do que isso. Se admiramos os animais ao ponto de querermos que os nossos filhos os vejam de perto e os adorem, ensinemos-lhes que adorar um animal, é ter a consciência de que não é suposto um elefante, um tigre, uma pantera viverem dentro de jaulas num terreno vago ali ao pé de um prédio de apartamentos.

Provemo-nos merecedores de sermos chamados de humanos e civilizados. Sensibilizemos quem tem o poder de impedir que a terrível exploração de animais continue a acontecer nos circos portugueses.

Os circos podem – devem – continuar a existir. Inúmeros circos bem sucedidos, espalhados pelo mundo inteiro, conseguiram provar que um circo sem animais consegue ser ainda mais extraordinário e surpreendente que um circo que segue a via mais fácil e depende deles, arrogantemente, para fazer dinheiro. Um circo sem animais consegue mostrar o engenho humano voluntário de mil e uma formas surpreendentes. E isso é muito mais interessante e estimulante, para adultos e crianças, do que continuar a exibir o engenho animal forçado.


Nuno Markl

Em: accaoanimal.com